quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O absurdo que transita entre a realidade e a ficção


Tribuna do Norte, 20/08/2009


Maria Rosa era uma senhora que não sabia de onde veio, nem para onde ia, nunca andou de carro, nem sabia o nome de seus pais, muito menos sua idade. A única coisa que ela sabia era contar histórias. O personagem – real – e outros tantos são os que passeiam no segundo livro do jornalista e publicitário Públio José chamado “Contos porque conto”, que será lançado hoje, às 18h na livraria Siciliano. Segundo o autor, o livro é a reunião de histórias que ele ouvia na infância no interior de São José do Campestre. “Nele eu relato experiências vividas, ouvidas e coisas e fatos que ouvi falar. São histórias que habitam as lendas e as tradições de cada região. Tudo envolvido por muita ficção retiradas de minha cabeça”, contou Públio.Com prefácio assinado por Tarcísio Gurgel, o livro traz vinte contos, um mais inusitado que o outro mantendo o próprio autor como personagem. Como escreveu Tarcísio, “trabalhando na vizinhança do causo e claramente optando por um discurso regionalizante, Públio utiliza-se também de elementos retirados da experiência biográfica (não é difícil adivinhar na personagem denominada Otávio José que surge aqui e ali em suas pequenas estórias uma espécie de alter ego seu) o que lhe dá um bom domínio da narrativa. O livro – pode se dizer – vai do suspense ao cômico e do drama à ironia entre uma escrita e outra. “Todos os contos eu ouvi verdadeiramente de outras pessoas. E são histórias que transitaram e transitam em diferentes gerações da cultura brasileira. Tudo temperado com alta dose de ficção”, disse.A diferença de seu primeiro livro para o segundo é a transição entre a introspecção à liberdade de brincar com as palavras e com os personagens. “No meu primeiro livro chamado Momento Pensante eu levei toda a minha trajetória de vida para a escrita. Quando pude questionar e levar reflexões sobre a política, a sociedade, os desafios da vida, a economia, entre outros temas. Este agora é totalmente contrário, ele é irreverente brincalhão, jovial e no conteúdo cabe do drama à ironia”, relacionou.Seu texto tem influência de escritores brasileiros como Ariano Suassuna, Jorge Amado, Monteiro Lobato, João Ubaldo Ribeiro e Dias Gomes.

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